Taxas

Ao estudar população demógrafos do mundo todo recorrem ao calculo de taxas a fim de tecer comparações de diferentes espaços com populações de diferentes tamanhos. As taxas são sempre uma razão entre a população que efetivamente realizou um evento e a que poderia ter realizado.

Tomemos como exemplo a questão dos filhos, apenas as mulheres podem ter filhos. Esse tipo de taxa não inclui a população masculina. Mas, também não inclui todas as mulheres. Pois, as mulheres tem filhos no seu período da vida considerado fértil. Segundo o Ministério da Saúde as mulheres podem ser consideradas em idade fértil dos 10 aos 49 anos.

Então se desejasse calcular a taxa de maternidade numa população teria de:

taxa de maternidade = mães / mulheres

mães -> nº de mães de 10 a 49 anos

mulheres -> nº de mulheres de 10 a 49 anos

Atualmente as taxas mais estudadas são:

taxa de fecundidade = nº médio de filhos que as mulheres teriam ao final de sua idade reprodutiva. (calculo complicado que requer conhecimentos específicos)

taxa de natalidade = nº de pessoas que nascem por mil habitantes por ano.

(nascimentos / população) * 1000

taxa de mortalidade = nº de pessoas que morrem por mil habitantes por ano.

(mortes / população) * 1000

A taxa de mortalidade pode ser calculada para todas as idades da população. Para as pessoas de 0 anos o calculo da taxa é especial e serve como indicador de qualidade de vida e chama-se taxa de mortalidade infantil.

(mortos na idade de 0 anos / população de 0 anos) * 1000

Falando em indicador de qualidade de vida um outro é a Esperança de Vida ao Nascer. É o número de anos que se espera viver a partir do momento do nascimento. Para ser calculada este indicador considera a qualidade de vida expressa nos níveis de mortalidade por grupo etário quinquenal da população. Então melhorias como abastecimento de água, esgotamento sanitário, serviços médicos, vacinação etc levam a melhorar este indicador. Por outro lado, fatores como violência na adolescência, morte no trânsito ou por bala perdida levam a piorar esse indicador.

O IBGE tem uma página preparada sobre esse assunto com explicações e gráficos, basta clicar aqui

Pirâmide Etária

As pirâmides etárias são recursos visuais para estudar a estrutura da população. Apresenta informações de idade (em grupos de tamanhos iguais) e sexo. Permite visualizar o comportamento dos diferentes grupos etários e a relação entre homens e mulheres.

São analisadas também estruturalmente em três partes:

* base - encontram-se os grupos etários mais jovens. Quando esta é larga significa que a população é jovem. Quando esta se estreita é porque a população está deixando de ser jovem, envelhecendo.

* corpo - encontram-se os grupos etários em idade laboral (trabalho). Nesta parte a pirâmide deve ser larga o suficiente para demonstrar que os grupos que a formam tem condições de sustentar o restante da população (jovens e idosos)

* cume - encontram-se os grupos etários mais idosos. Em geral, a pirâmide nesta parte é fina, pois poucos chegam às idades mais avançadas. Com as melhorias de qualidade de vida o cume das pirâmides estão alargando.

Quando se faz um estudo populacional constituindo uma pirâmide etária verifica-se a estrutura da população estudada. Este tipo de estudo se aplica à populações de países, estados, cidades, municípios, empresas, mercado consumidor etc.

As pirâmides etárias são classificadas quanto ao seu desenho em: clássica, transição e estável (na ordem).

A pirâmide etária classificada como clássica é aquela que apresenta base larga e cume fino. Foi denominada como clássica devido que nos primórdios dos estudos de população era desta forma que o desenho da estrutura da população se apresentava. O exemplo é da pirâmide etária brasileira de 1970.

Com o advento da transição demográfica, que inicia-se com a diminuição da mortalidade (melhoria das condições médico-sanitárias) e posteriormente é seguido por uma diminuição da natalidade (mulheres no mercado de trabalho etc.) a base da pirâmide foi afinando, sendo então chamada de pirâmide de transição. O exemplo é da pirâmide etária brasileira de 2000.

O recrudescimento deste comportamento populacional da diminuição de filhos provocou que se chagasse a números de 1 ou 2 filhos por mulher. Adicionado ao fato da melhoria das condições médico-sanitárias como provocador da longevidade. E isto ocorrendo por muito tempo na população se reflete numa pirâmide etária estável. O exemplo é da pirâmide etária francesa atual.

E em quanto as suas possibilidades analíticas em simples e comparativas (na ordem).

A pirâmide etária é chamada de simples quando expõem apenas informação referente a um período; a do exemplo refere-se a população brasileira em 1970. Quando a pirâmide etária une informações de diferentes períodos é chamada de comparativa; a do exemplo refere-se a população brasileira de 1970 a 2000.

População absoluta e população relativa

População absoluta é o número de habitantes em um determinado lugar. Podendo este ser um bairro, uma cidade, um estado, um país e até o planeta.

População relativa é número que indica a participação de um grupo no todo. Assim as pessoas de 0 a 4 anos de um país são parte da população total deste país e podem ser representadas relativamente.

Quando se estuda populações grandes é comum o uso da porcentagem (%) para indicar a população relativa. No entanto, dados médicos ocorrem em parcelas muito pequenas da população e nestes casos é comum o uso do por mil(‰), por milhão etc.

Exemplo: Foram registrados no Brasil 6.592 casos confirmados de gripe suína com 657 mortes. Isso significa que 38,8 pessoas em 1 milhão contraíram a doença e destas 3,8 pessoas em 1 milhão morreram.

Densidade Demográfica

Densidade é a relação entre a massa de um material e o volume por ele ocupado. O cálculo da densidade é feita pela seguinte expressão:

Densidade = massa / volume

Por derivação a Densidade Demográfica é a relação entre a população de um lugar e sua área. O cálculo da densidade demográfica é feito da seguinte forma:

Densidade Demográfica = População / Área

Por exemplo a densidade demográfica do Brasil no ano 2000 era de 19,9 hab./km2 e do bairro de Copacabana na cidade do Rio de Janeiro era de 359 hab/ha.

(ha = hectare = 10.000 m2)

Densidade Demográfica do Brasil de 1970 a 2000

Fonte: IBGE. Censos Demográficos